Postagens

quarta-feira, maio 09, 2018

Projeto Identidade e Autonomia




ESCOLA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL DOCE INFÂNCIA
Rua Pedro Theobaldo Breidenbach, n° 2332 Conventos - Lajeado
Telefone: 3982 1194





IDENTIDADE...TUDO SOBRE MIM 



























TURMA “D2” 2018



   
1.  Justificativa, mais embasamento Teórico:

Depois deste primeiro mês de adaptação, observei que a maioria das crianças não sabe se organizar sozinha, deixávamos eles se trocarem todos juntos, o que resultou em vários extravios e troca de roupas. A escovação estava sendo uma bagunça, mesmo cada um com seus materiais, já que muitos não estavam identificados e as crianças não sabem de quem é.
Muitos não identificam o seu material e nem pertences. Desta forma vamos trabalhar os sentimentos, a atenção, concentração, organização e autonomia, realizando um projeto de desenvolvimento do eu.

CUIDADOS E SENTIMENTOS

“Sentimentos de forma genérica, são informações que seres biológicos são capazes de sentir nas situações que vivenciam”.
Acreditamos que a linguagem dos sentimentos é essencial para o desenvolvimento de cada indivíduo, pois é através das ações que a criança expressa os sentimentos: os seus desejos, os seus anseios, as suas vontades, suas angústias e suas emoções.
Segundo Celso Antunes (p: 17 e 18), até pouco tempo atrás acreditava-se que todo sentimento era espontâneo e que as crianças nasciam moduladas para guiarem-se pela vida da forma como seu genoma as havia esculpido. Hoje sabemos que estas ideias eram tolas e que, ainda que se aceite expressiva influência da biologia, os sentimentos são educáveis que é possível ajudar uma criança a construir bons ou maus sentimentos.
Ensinar as crianças os bons sentimentos é ensinar-lhes ética, essa mesma moral de que a criasnça precisara por toda a vida, em qualquer tempo onde quer que seja.
Ao considerarmos o processo de desenvolvimento da criança, devemos considerar ainda, os aspectos mais básicos da formação da personalidade, como os sentimentos que se produzem a sua volta, sejam eles afeições, simpatias, antipatias, medos, alegrias, bem estar. O desenvolvimento da criança se dará, normalmente, na direção aquela em que possa ela ser conduzida pelo meio em que viva, seja estritamente familiar ou social de um modo geral.
A questão do desenvolvimento afetivo se encontra intimamente relacionado ao desenvolvimento cognitivo, uma vez que a criança está bem afetivamente ela aprende, ela faz.
A questão do afeto diz respeito aos sentimentos, aos interesses, desejos, valores e emoções nas suas variadas dimensões. Sentimentos subjetivos como amor e raiva, aspectos expressivos como sorrisos e lágrima devem ser considerados no desenvolvimento afetivo, pois tem a ver com motivação para o aprender. (- ninguém dá um passo se não tem motivos).
O desenvolvimento afetivo tem profunda influência no desenvolvimento intelectual acelerando, diminuindo, estagnando, direcionando as atividades intelectuais.
Arribas em seu livro Educação Infantil, desenvolvimento, currículo e organização escolar (p: 47) coloca o seguinte:
 “No processo educativo, uma das meta a alcançar é a do equilíbrio e controle emocional. As experiências relativas à vida emocional do aluno nas primeiras etapas de sua existência têm uma importância fundamental para ela. Um clima sereno, tranquilo, com afeto sentido e manifestado de maneira adequada, constitui o marco apropriado para o desenvolvimento de uma personalidade saudável e equilibrada. O clima afetivo da escola de educação infantil deve reunir também essas características”.
Para Maria Augusta Sanches Rossini (2001) a pedagogia afetiva é a teoria de enternecimento das relações escola-família-sociedade transformando e formando os alunos em indivíduos sensíveis, conscientes, solidários, enfim, indivíduos preocupados com o social e bem estruturados emocionalmente, pois receberam da família e da escola tanto cultura quanto afetividade; atenção e respeito, fundamentos básicos para a mudança basilar da sociedade.
O ser humano é o único ser que ao nascer depende totalmente de cuidados para sobreviver, até estar completamente apto a independência, autonomia.
O indivíduo mesmo encontrando-se apto, necessita relacionar-se, criar vínculo e através disso interioriza valores e regras, produzindo autoestima, fatores estes que ocorrerão através do cuidar e do sentir.
Neste sentido, as escolas de Educação Infantil assumem papel importante dentro da perspectiva de cuidar as crianças de 0 a 5 anos.
Atualmente, muitas famílias ao buscar uma escola de educação infantil, esperam da mesma que os filhos sejam bem acolhidos em sua individualidade, bem como atendidos em suas necessidades básicas.
Por outro lado há um progressivo entendimento por parte dos profissionais de que cuidar da criança em qualquer situação tem um sentido educativo, um olhar que estabelece uma troca de confiança, de sentimentos, uma manifestação de carinho e de compreensão (a forma de dar de mamar na mamadeira comunica as emoções do adulto e despertam emoções no aluno, proporcionando o desenvolvimento integral e harmonioso da criança).
O processo de desenvolvimento infantil se realiza nas interações, que objetivam não só a satisfação das necessidades básicas, como também a construção de novas relações sociais, com o predomínio da emoção sobre as demais atividades. As interações emocionais devem se pautar pela qualidade, a fim de ampliar o horizonte da criança e levá-la a transcender sua subjetividade e inserir-se no social. Na concepção walloniana, tanto a emoção quanto a inteligência são importantes no processo de desenvolvimento da criança, de forma que o professor deve aprender a lidar com o estado emotivo do aluno para melhor poder estimular seu crescimento individual.
Estela Mora coloca sobre o papel do professor/educador na questão da construção dos sentimentos/afetividade.
“A tarefa do educador é uma tarefa excepcional. Adequar os métodos pedagógicos à afetividade especifica de cada aluno é a tarefa mais delicada que todo adulto, pai, educador ou professor deve ter sempre em mente. Para isso é preciso levar em consideração à própria visão do mundo infantil que o adulto forma. É fácil se deixar levar por preconceitos educativos caducos e inúteis, incorrer a preconceitos morais e sucumbir a doutrinas religiosas, ou mesmo políticas, que em nada refletem o futuro afetivo do aluno. O aluno esta imersa em um mundo de relações objetais tão fantásticas quanto intensas, e é importante a relação das vivências infantis. É importante que o adulto possa conectar-se com suas próprias vivências da infância, para assim poder brincar com o aluno. Nessas brincadeiras vão se construindo os aprendizados”.
Refletindo sobre isso, Celso Antunes afirma que não há valor algum na “boa intenção” se ela não se transforma em um gesto. Mas se, por um lado, a ação é essencial para caracterizar o sentimento, por outro, ela não surge espontaneamente se não mostrarmos em todas as oportunidades possíveis o “certo” e o “errado”, o “bom” e o “belo”.

AUTONOMIA E COOPERAÇÃO

A autonomia e a cooperação são “hábitos” indispensáveis a serem construídos no cotidiano escolar, visto que as crianças possuem uma dependência intelectual em relação ao adulto nas tomadas de decisões, auxiliando-as a se organizarem em estruturas sociais.
         Sendo assim, devemos fazer com que a educação seja um processo pelo quais os nossos corpos vão ficando iguais às palavras que nos ensinam, ou seja, “somos o intervalo entre o meu desejo e aquilo que os desejos dos outros fizeram de mim” (Fernando Pessoa).
         Portanto as crianças precisam ser instigados à experimentação e a formulação de hipóteses para ter as suas próprias respostas.
         Definimos como uma situação de cooperação aquela em que os objetivos dos indivíduos, numa determinada situação, são de tal natureza que, para que o objetivo de um possa ser alcançado, todos os demais deverão igualmente atingir seus respectivos objetivos.
A cooperação está centrada na união e não no “uns contra os outros”. Busca a participação de todos, sem que alguém fique excluído. Por exemplo: o jogo cooperativo tem o objetivo centrado em metas coletivas e não em metas individuais. Ele tem várias características libertadoras. Todos participem para poder alcançar uma meta comum. Ele busca a integração de todos. Ele inclui e não exclui. Criar é construir e, para construir, a colaboração de todos é fundamental.
Segundo Piaget (1963) quando as relações infantis ocorrem entre iguais, a cooperação torna-se uma possibilidade real. Embora o comportamento parcialmente socializado seja evidente desde o início da linguagem falada, ele afirma que é em torno dos sete ou oito anos e com o fim do egocentrismo que ocorre o progresso sistemático da cooperação.
Conforme afirma Kamii, seguidora de Piaget, “autonomia significa ser capaz de considerar os fatores relevantes para decidir qual deve ser o melhor caminho da ação”. Para ela, a autonomia significa o individuo ser governado por si próprio.
Formar um sujeito autônomo é possível quando a autoridade adulta é diminuída e se desenvolve respeito mútuo entre adulto e criança, criança e criança, possibilitando a construção dos valores morais a partir de discussões e de ações que considerem a opinião e respeitem o grupo a que ele pertence.
A pessoa autônoma não é aquela que faz tudo o que deseja, que se governa sem se importar com as pessoas a sua volta. Pelo contrário, o sujeito autônomo sabe coordenar as regras, ideias, decisões e preferências de seu grupo social, agindo de forma harmônica. Autonomia é auto regulação. Piaget (1981), capacidade está, adquirida realmente por volta dos sete a oito anos. Até então os alunos percebem e aceitam regras como proveniente de alguma autoridade (pais, professores) chamado por Piaget de respeito unilateral. Elas não raciocinam sobre o que é certo ou errado. Para elas, o que é certo ou errado está predeterminado (pela autoridade) e não sujeito as suas próprias avaliações (de maneira autônoma). Daí a importância do adulto para auxiliá-la na organização afetiva.
Colocar a autonomia como objetivo da educação poderia conduzir a criança para transformações amplas que ultrapassariam o aprendizado de conteúdos sem significado para a vida. Haveria preocupações com a formação de um ser humano que vive, sente, ama e precisa ser amado.
Acreditamos que através de uma relação de respeito mútuo entre professor e criança, a cooperação entre iguais e respeitando  criança como sujeito construtor do seu conhecimento, podemos contribuir para a formação de indivíduos autônomos.

2.  Objetivos:


a.Propiciar diferentes situações de modo a estimular a construção dos variados sentimentos, como o respeito pelo próximo e o compartilhar dos mesmos brinquedos e espaços.
b.                    Estimular a expressão dos sentimentos e emoções através das diferentes situações de aprendizagem, a fim de conhecer o seu eu.
c.                    Apresentar sensibilidade às dificuldades do outro e buscar ajuda-los, reconhecendo as diferenças individuais.
d.                    Desenvolver o autoconhecimento, reconhecendo os seus sentimentos e suas emoções.
e.     Desenvolver práticas de assistência, cuidados e proteção, pois são necessárias para o desenvolvimento infantil e indispensável à sobrevivência saudável de qualquer ser humano;
f.      Proporcionar um ambiente rico em estímulos, a fim de que a criança possa desenvolver a sua autonomia;
g.     Iniciar o processo de construção do hábito de cooperação, centrado na união,  em um senso comum de solidariedade social, baseada na compreensão mútua.
h.     Oportunizar momentos de troca de carinho e afeto, para que a criança tenha a possibilidade de expressar-se de diferentes formas com os colegas;

3.  LINGUAGENS PRIORITÁRIAS
*      Dos cuidados, sentimentos e afeto em geral.
*      Das regras e combinados.

4.  LINGUAGENS COMPLEMENTARES
*      Linguagem das brincadeiras e jogos
*      Linguagem da alimentação
*      Linguagem do sono
*      Linguagem das regras e combinados
*      Linguagem dos cuidados e sentimentos
*      Linguagem da literatura infantil
*      Linguagem oral
*      Linguagem gestual-corporal
*      Linguagem Sonoro-musical

5.  SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM POSSIVEIS DE SEREM REALIZADAS
·         Massagens de relaxamento a fim de trabalhar o toque, a expressão corporal, sentimentos e atenção;
·         Pintura em cima da cartolina. As crianças irão dançar em cima da cartolina, descalços, ao som de uma música, a fim de desenvolver a percepção tátil, o toque, a expressão corporal, atenção e coordenação motora ampla;
·         Dançar ao som de músicas diversas, e quando a música para, abraçar o colega a fim de explorar o contato entre o grupo, afetividade, expressão corporal e atenção;
·         Confecção de bonecos. Os pais irão confeccionar bonecos, onde cada criança irá cuidar do seu, a fim de desenvolver a partição de todos, os sentimentos e emoção frente ao objeto.
·         Incentivar as crianças a alcançarem objetos aos colegas, a fim de trabalhar a atenção, percepção visual e emoções.
·         Brincadeira livre na praça, a fim de trabalhar o faz de conta, a imaginação, angústias e suas emoções.
·         Dança em pares, a fim de trabalhar a atenção, os sentimentos e afetividade.
·         Realizar conversas com intenção de valorizar o respeito para com os animais e natureza, a fim de trabalhar a afetividade, sentimentos e emoções.
·         Brincando de matar monstros e lutar imitando seus super-heróis, expressando assim seus sentimentos e emoções.
·         Teatro, mímica e reprodução, expressando assim seus sentimentos, emoções, afetividade e imaginação.
·         Dado dos sentimentos, faremos um dado e em cada face colocaremos uma imagem com algum sentimento onde imitarão e ou desenharam o que representou para a criança este sentimento.
·         Técnicas com diferentes materiais, ou seja, argila, massa de modelar, balões para que seja trabalhado o movimento das mãos, o toque, as emoções e sentimentos.
·         Trabalhar com os pais a noção de compartilhar, a fim de trabalhar a partição, a afetividade e a importância de dividir as coisas.
·         Brincadeira do ursinho de pelúcia: em um círculo passar um ursinho para que a criança faça um gesto de carinho nele e posteriormente fazer no colega os mesmos gestos para trabalhar a afetividade, sentimentos e emoções.
·         Dança da cadeira: brinca-se da mesma forma convencional, porém, ao invés de a criança sair da brincadeira quando faltar uma cadeira, ela sentará no colo de um colega onde se observará o sentimento que estes deixaram transparecer frente ao colega.
·         Integração com outras turmas, e num momento determinado farão uma situação de aprendizagem juntos.
·         Brincar de esconder com um pano, afim de instigar a curiosidade, após, mostra-se a face;
·         Ler e contar a mensagem “Talento das Cores”, estimulando a afetividade entre os alunos: se abraçarem, apertarem as mãos, darem beijos.
·         Corrida de obstáculos: haverá um caminho cheio de obstáculos para os alunos pularem, passarem abaixados, caminhando na ponta dos pés. Todos os obstáculos serão percorridos por duplas (de mãos dadas), tendo como finalidade o trabalho em equipe.
·         Contar diferentes histórias que aflorem os mais variados sentimentos, a fim de que as crianças aprendam a lidar e ou vivenciar os mais diferentes sentimentos e emoções.
·         Fazer o álbum do Eu, onde terão informações de individualidades das crianças, de modo à aprimorar o conhecimento de si mesmo, percebendo que somos todos diferente.
·         Conversa em roda sobre organização e autonomia, para que aos poucos fiquem mais autônomos e organizados com relação a si e ao seu material pessoal.





6.  AVALIAÇÃO

Concomitante ao projeto

7.  BIBLIOGRAFIA
ANTUNES, Celso. A linguagem do afeto: como ensinar virtudes e transmitir valores. Papirus, 3ª edição, 2005.
ARRIBAS, Teresa Lleixà. Educação Infantil. Desenvolvimento, currículo e organização escolar. Porto Alegre, Artmed, 5ªedição, 2004.
MORA, Estela. Psicopedagogia. Infanto-Adolescente A Infância. Ed. Grupo Cultural.
ROSSINI, Maria Augusta Sanches. Pedagogia Afetiva. Petrópolis, Ed. Vozes, 3ª edição, 2001.
VYGOTSKY, L.S. Pensamento e linguagem. 2 ed. São Paulo: Martins Fon

Nenhum comentário:

Postar um comentário