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quarta-feira, maio 09, 2018

Projeto de Matemática


ESCOLA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL DOCE INFÂNCIA
Rua Pedro Theobaldo Breidenbach, n° 2332  Conventos - Lajeado
Telefone: 3982 1194


CLASSIFICANDO, SERIANDO, ORDENANDO E
QUANTIFICANDO,
 ASSIM EU APRENDO
MATEMÁTICA!

Se, na verdade, não estou no mundo para simplesmente a ele me adaptar,
mas para transformá-lo, se não é possível mudá-lo sem um certo sonho ou projeto de mundo,
devo usar toda possibilidade que tenha para não apenas falar de minha utopia,
 mas participar de práticas com ela coerentes.[Paulo Freire]

 


































1.  JUSTIFICATIVA E EMBASAMENTO TEÓRICO
Para mim, ensinar matemática é desenvolver o raciocínio lógico, estimular o pensamento independente, a criatividade e a capacidade de resolver problemas. Desta forma eu como educadora, devo procurar alternativas para aumentar a motivação para a aprendizagem, desenvolver a autoconfiança, a organização, concentração, atenção, raciocínio lógico-dedutivo e o senso cooperativo, estimulando a socialização e aumentando as interações do indivíduo com outras pessoas.
Como a Matemática esta presente diariamente em nossa sala, trago assim esse tema de forma lúdica com jogos, dinâmicas, brincadeiras, músicas, histórias e dramatização que foram convenientemente planejados como ferramentas pedagógicas eficazes para a construção do conhecimento lógico matemático.
Existem muitas formas de conceber e trabalhar com a matemática na Educação Infantil. A matemática está presente na arte, na música, em histórias, na forma como a criança organiza o seu pensamento, nas brincadeiras e jogos infantis. Uma criança aprende muito de matemática, sem que o adulto precise ensiná-la.
         Henri Wallon considerava que o pensamento da criança se constitui em paralelo à organização de seu esquema corporal e na criança pequena o pensamento só existe na interação de suas ações físicas com o ambiente. Segundo Wallon, “Antes do aparecimento da fala a criança se comunica com o ambiente através de uma linguagem corporal e utiliza o corpo como ferramenta para se expressar, seja qual for o nível evolutivo ou o domínio linguístico em que se encontre”.
         Algumas interpretações das pesquisas psicogenéticas concluíram que o ensino da linguagem matemática seria beneficiado por um trabalho que incidisse no desenvolvimento de estruturas do pensamento lógico matemático. Assim, consideram-se experiências-chave para o processo de desenvolvimento do raciocínio lógico e para aquisição da noção de números as ações de classificar, ordenar/seriar e comparar objetos em função de diferentes critérios. Essa prática transforma as operações lógicas e as provas piagetianas em conteúdos de ensino. A seriação tem papel fundamental na construção de conhecimento em qualquer área, não só na linguagem matemática. Quando a criança constrói conhecimento sobre a linguagem matemática, como sobre tantas outras, as operações de classificação e seriação necessariamente são exercidas e se desenvolvem, sem que haja um esforço didático especial para isso (pág. 210).
         O trabalho com noções matemáticas atende, por um lado, às necessidades das próprias crianças de construírem conhecimentos que incidam nos mais variados domínios do pensamento; por outro, corresponde a uma necessidade social de instrumentalizá-las melhor para viver, participar e compreender um mundo que exige diferentes conhecimentos e habilidades (pág. 207).
         Jean Piaget apresentou uma análise da questão entre corpo e aprendizagem e estudou amplamente as inter-relações entre a motricidade e a percepção. Segundo Piaget, “O movimento constrói um sistema de esquemas de assimilação e organiza o real a partir de estruturas espaços-temporais”. Em Piaget encontramos que as percepções e os movimentos, ao estabelecerem relação com o meio exterior, elaboram a função simbólica que gera a linguagem, e esta dá origem à representação e ao pensamento lógico matemático.
         Para que a criança chegue a contar com compreensão, é preciso que, antes, ela vivencie uma série de atividades que chamamos de pré-numéricas. Essas atividades envolvem as seguintes noções: classificação, construção de sequências, seriação e correspondência. Mas cada criança apresenta um ritmo próprio de desenvolvimento. Portanto, não se deve esperar que todas essas noções sejam compreendidas na educação infantil.
         A criança está em contato com a linguagem lógico-matemático desde o seu nascimento. Através das suas vivências vai conhecendo “... o nome dos números antes de conhecer plenamente seu sentido e muito cedo identifica as cifras que aparecem em seu ambiente”. (Arribas, 296)
        Mas a linguagem matemática não se restringe ao conhecimento do número, vários outros conceitos devem ser compreendidos, aprendidos antes de se chegar a este ponto.
A matemática é antes de tudo um modo de pensar, e este pensamento é um processo gradual que se inicia desde o nascimento.
        Segundo Piaget (apud. Dante), quando a criança se encontra no estágio pré-operacional (2 a 7 anos), ela necessita manipular objetos e observar os resultados das suas ações no objeto. Suas respostas são baseadas em impressões sensoriais, havendo uma crescente articulação intuitiva das percepções. Nesse estágio, também conhecido como estágio de representação, ela usa palavras para representar objetos ou acontecimentos ausentes; trabalha com símbolos e representações (imagem ou palavras) e não mais depende exclusivamente das sensações. Algumas estruturas mais elaboradas começam a ser elaboradas começam a ser notadas como: ordenar, classificar e fazer correspondências entre objetos, ainda não há conservação de quantidade nem reversibilidade (incapacidade de pensar numa volta ao ponto de partida).
Dentre os conceitos elencados estão, organização, os conceitos sobre coisas iguais e diferentes, classificação e criação de conjuntos, relações entre os números e o que eles representam, o tamanho das coisas, brincadeiras com as formas geométricas, ocupando um espaço e assim vivendo e descobrindo a matemática. Através de atividades concretas e significativas, coletivamente e individualmente. Acredita-se que a criança constrói suas bases matemáticas pela necessidade de resolução de problemas de seu tempo, impostos pela complexidade de situações da sociedade [...] parte de um sentido de número para uma construção abstrata deste, sendo uma construção onde o fator tempo ocupa lugar relevante. (MACIEL & BENEDETTI, 1992, pag.33 a 39). Os números representam muito mais do que uma forma de se medir ou quantificar o que existe ao nosso redor, assim, une o conceito quantificador do abstrato á sua respectiva correspondência no concreto. Sendo assim, pretendemos com este projeto, demonstrar como os números estão presentes em nossas vidas, em nosso dia-a-dia e onde podemos encontrá-los.
“As noções básicas em matemática, lógica e geometria começam ser elaboradas a partir dos 4,5 anos de idade, portanto é vital que a base seja sólida, bem construída e bem trabalhada, para que nela se assentem os conhecimentos matemáticos futuros. Mas é importante lembrar que estimular o raciocínio lógico-matemático é muito mais do que ensinar matemática – é estimular o desenvolvimento mental, é fazer pensar”. (REIS, 2006, P.9)

2.    OBJETIVO GERAL

Estimular o gosto pela matemática através de atividades lúdicas.

3.    OBJETIVOS ESPECÍFICOS

*Iniciar a aprendizagem de conceitos de longe, perto, dentro, fora, em cima, em baixo, atrás, na frente, ao lado, dentro, fora, cheio, vazio, etc.
*Estimular o uso do raciocínio lógico da criança.
*Classificar e nomear cores (azul, amarelo e vermelho, verde), formas (círculo, triângulo e Quadrado), tamanho (grande e pequeno) e quantidade (0 a 9).
*Incentivar e desenvolver o hábito de desenho, estimulando assim a fantasia da criança.
*Desenvolver a capacidade da criança de identificar diferentes objetos e movimentar-se no espaço com facilidade,
*Incentivar e permitir a fala da criança em todas as situações possíveis, ampliando seu vocabulário, utilizando músicas e histórias.
*Incentivar a memorização de pequenas músicas e gestos.
*Incentivar a fantasia e o jogo simbólico.
*Estimular a confecção de jogos com materiais de sucata.
*Estimular a independência da criança.
*Deixar que explorem ao máximo os objetos e brinquedos.
*Levar a criança a brincar com os outros do grupo.
*Desenvolver os movimentos amplos: saltar, pular, andar...
*Desenvolver os movimentos finos que envolvam as mãos.
*Incentivar a imaginação, a criatividade e a organização de ideias.
*Reproduzir sequências e seriações, ex: ordenar objetos do mais alto para o mais baixo.
*Reconhecer e discriminar numerais, desenvolver contagem de 0 a 9.

4.   SITUAÇÕES POSSÍVEIS DE SEREM REALIZADAS

·                    Roda de conversa sobre: história dos números e como os homens começaram a contar;
·                    Passeio pelo bairro para ver onde encontramos os números em nosso cotidiano (placa de carro e velocidade, calendário, relógio, número de sapato, número da casa, idade de cada um);
·                    Quantidade de crianças na sala: meninos e meninas;
·                    Cantar e assistir DVD (galinha pintadinha) dramatizando músicas com os dedinhos: Mariana conta um, 1, 2, 3 indiozinhos, um elefante incomoda muita gente.
·                    Contação de histórias envolvendo os números.
·                    Realizar cartaz com a participação de todas as crianças com as parlendas: 1, 2, feijão com arroz, a galinha do vizinho, e o poema: lá na casa da vizinha;
·                    Histórias com fantoches dos números;
·                    Confeccionar círculos de papel e no centro colar números de 0 a 9. Em seguida as crianças irão pintar grampos de roupa com tinta guache de todas as cores. Sendo que o objetivo é fazer com que cada criança associe número, quantidade e cor;
·                    Jogo da memória dos números confeccionados com potinhos de iogurte;
·                    Colocar gel de cabelo dentro de pacote fecha fácil e utilizar cotonete para realizar grafia de letras e números;
·                    Arremesso de objetos: tiro ao alvo;
·                    Confeccionar jogo de boliche com garrafas pet, onde as crianças vão realizar a pintura dos números com lápis de cor. Recortar pedacinhos de EVA coloridos e em seguida cada criança colocará dentro da sua garrafa;
·                    Pintar com tinta guache pratos de papelão para confeccionar: cartaz com a parlenda 1,2 feijão com arroz;
·                    Jogo coletivo (cores e canudos) confeccionados com garrafa pet e EVA: explorar quantidades, atenção, cores e seriação (pequenos, médios e grandes);
·                    Caixa surpresa com cones e Tnts coloridos, sendo que isso possibilitará o desenvolvimento de pinça, reconhecimento, classificação das cores e seriação dos cones (pequenos, médios e grandes);
·                    Entregar as crianças números de 0 a 9, onde iremos ajudá-los colocar em sequência, sendo que depois cada criança irá fazer bolinhas de massa de modelar ou brita, colocando a quantidade referente ao número em ordem de baixo para cima;
·                    Quebra-cabeça dos números;
·                    Utilizar bandejas de ovos e com caneta permanente escrever os números de 0 a 9,  confeccionar apliques de EVA, ou peças de jogo, onde a criança deverá colocar a quantidade exata de números correspondentes.
·                    Leitura de histórias e textos variados, utilização de multimídias, aplicação de dinâmicas e brincadeiras, atividades com sons e musicalização, aplicação de jogos, conversas na rodinha.
·                    Colar em uma folha sulfite uma figura de revista da qual falte uma parte, como, por exemplo, metade de um relógio, a cabeça ou meio corpo de uma pessoa, etc. A criança deverá completar a figura, desenhando. Uma variação para essa atividade é colar uma figura completa na folha sulfite, imaginar um cenário relativo àquela figura e desenhá-lo.
·                    Derrube a pilha: Empilhar objetos diversos, como latas e caixas, variando a quantidade e a altura. Combina-se previamente quantas jogadas com a bola cada aluno cada aluno poderá fazer para derrubar a pilha com a bola. Usar objetos em questão para fazer a torre mais alta possível.
·                    Não pode cair: Os próprios alunos poderão encher suas bexigas, e deverão estar em um lugar amplo que facilite a movimentação. A um sinal do professor, as crianças deverão bater com a mão na bexiga tentando mantê-la no ar o maior tempo possível sem que esta toque o solo. Em um segundo momento, o professor poderá variar os comandos, como: bater a bexiga bem alto, a bexiga voará baixo ficando perto de sua mão etc.
·                    Formar um “trem” usando formas geométricas que se repetem, como nestes exemplos com blocos lógicos: um quadrado pequeno azul, dois retângulos grandes vermelhos, um triângulo pequeno amarelo, um quadrado azul, dois retângulos grandes vermelhos...
·                    Pular o rio: duas cordas, paralelas uma à outra, formam um rio que será pulado e alargado progressivamente.
·                    Quantificar por estimativa: reunir alguns objetos em cima de uma mesa ou dentro de um pote transparente e tentar adivinhar quantos objetos há. Conferir o resultado por meio de contagem.
·                    Desenhar uma figura geométrica na cartolina e colar areia em seu contorno, deixando secar bem. De olhos fechados, a criança passará o dedo, sentindo o contorno da forma.
·                    Amarrar um barbante no bico da bexiga e segurar na ponta. Dar um puxão e bater repetidas vezes na bexiga, executando um movimento de vaivém.
·                    Utilizar jogos e brincadeiras matemáticas para desenvolver habilidades que envolvam o raciocínio lógico através do lúdico.



       

5.  AVALIAÇÃO
A avaliação aconteceu individualmente e em grupo, levando em conta o interesse, a participação, atenção, concentração e o envolvimento de cada criança referente ao projeto desenvolvido, registrando suas descobertas, relações e manifestações, suas dificuldades e expressões relacionadas ao seu desenvolvimento.


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