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quarta-feira, maio 09, 2018

Projeto Identidade e Autonomia




ESCOLA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL DOCE INFÂNCIA
Rua Pedro Theobaldo Breidenbach, n° 2332 Conventos - Lajeado
Telefone: 3982 1194





IDENTIDADE...TUDO SOBRE MIM 



























TURMA “D2” 2018



   
1.  Justificativa, mais embasamento Teórico:

Depois deste primeiro mês de adaptação, observei que a maioria das crianças não sabe se organizar sozinha, deixávamos eles se trocarem todos juntos, o que resultou em vários extravios e troca de roupas. A escovação estava sendo uma bagunça, mesmo cada um com seus materiais, já que muitos não estavam identificados e as crianças não sabem de quem é.
Muitos não identificam o seu material e nem pertences. Desta forma vamos trabalhar os sentimentos, a atenção, concentração, organização e autonomia, realizando um projeto de desenvolvimento do eu.

CUIDADOS E SENTIMENTOS

“Sentimentos de forma genérica, são informações que seres biológicos são capazes de sentir nas situações que vivenciam”.
Acreditamos que a linguagem dos sentimentos é essencial para o desenvolvimento de cada indivíduo, pois é através das ações que a criança expressa os sentimentos: os seus desejos, os seus anseios, as suas vontades, suas angústias e suas emoções.
Segundo Celso Antunes (p: 17 e 18), até pouco tempo atrás acreditava-se que todo sentimento era espontâneo e que as crianças nasciam moduladas para guiarem-se pela vida da forma como seu genoma as havia esculpido. Hoje sabemos que estas ideias eram tolas e que, ainda que se aceite expressiva influência da biologia, os sentimentos são educáveis que é possível ajudar uma criança a construir bons ou maus sentimentos.
Ensinar as crianças os bons sentimentos é ensinar-lhes ética, essa mesma moral de que a criasnça precisara por toda a vida, em qualquer tempo onde quer que seja.
Ao considerarmos o processo de desenvolvimento da criança, devemos considerar ainda, os aspectos mais básicos da formação da personalidade, como os sentimentos que se produzem a sua volta, sejam eles afeições, simpatias, antipatias, medos, alegrias, bem estar. O desenvolvimento da criança se dará, normalmente, na direção aquela em que possa ela ser conduzida pelo meio em que viva, seja estritamente familiar ou social de um modo geral.
A questão do desenvolvimento afetivo se encontra intimamente relacionado ao desenvolvimento cognitivo, uma vez que a criança está bem afetivamente ela aprende, ela faz.
A questão do afeto diz respeito aos sentimentos, aos interesses, desejos, valores e emoções nas suas variadas dimensões. Sentimentos subjetivos como amor e raiva, aspectos expressivos como sorrisos e lágrima devem ser considerados no desenvolvimento afetivo, pois tem a ver com motivação para o aprender. (- ninguém dá um passo se não tem motivos).
O desenvolvimento afetivo tem profunda influência no desenvolvimento intelectual acelerando, diminuindo, estagnando, direcionando as atividades intelectuais.
Arribas em seu livro Educação Infantil, desenvolvimento, currículo e organização escolar (p: 47) coloca o seguinte:
 “No processo educativo, uma das meta a alcançar é a do equilíbrio e controle emocional. As experiências relativas à vida emocional do aluno nas primeiras etapas de sua existência têm uma importância fundamental para ela. Um clima sereno, tranquilo, com afeto sentido e manifestado de maneira adequada, constitui o marco apropriado para o desenvolvimento de uma personalidade saudável e equilibrada. O clima afetivo da escola de educação infantil deve reunir também essas características”.
Para Maria Augusta Sanches Rossini (2001) a pedagogia afetiva é a teoria de enternecimento das relações escola-família-sociedade transformando e formando os alunos em indivíduos sensíveis, conscientes, solidários, enfim, indivíduos preocupados com o social e bem estruturados emocionalmente, pois receberam da família e da escola tanto cultura quanto afetividade; atenção e respeito, fundamentos básicos para a mudança basilar da sociedade.
O ser humano é o único ser que ao nascer depende totalmente de cuidados para sobreviver, até estar completamente apto a independência, autonomia.
O indivíduo mesmo encontrando-se apto, necessita relacionar-se, criar vínculo e através disso interioriza valores e regras, produzindo autoestima, fatores estes que ocorrerão através do cuidar e do sentir.
Neste sentido, as escolas de Educação Infantil assumem papel importante dentro da perspectiva de cuidar as crianças de 0 a 5 anos.
Atualmente, muitas famílias ao buscar uma escola de educação infantil, esperam da mesma que os filhos sejam bem acolhidos em sua individualidade, bem como atendidos em suas necessidades básicas.
Por outro lado há um progressivo entendimento por parte dos profissionais de que cuidar da criança em qualquer situação tem um sentido educativo, um olhar que estabelece uma troca de confiança, de sentimentos, uma manifestação de carinho e de compreensão (a forma de dar de mamar na mamadeira comunica as emoções do adulto e despertam emoções no aluno, proporcionando o desenvolvimento integral e harmonioso da criança).
O processo de desenvolvimento infantil se realiza nas interações, que objetivam não só a satisfação das necessidades básicas, como também a construção de novas relações sociais, com o predomínio da emoção sobre as demais atividades. As interações emocionais devem se pautar pela qualidade, a fim de ampliar o horizonte da criança e levá-la a transcender sua subjetividade e inserir-se no social. Na concepção walloniana, tanto a emoção quanto a inteligência são importantes no processo de desenvolvimento da criança, de forma que o professor deve aprender a lidar com o estado emotivo do aluno para melhor poder estimular seu crescimento individual.
Estela Mora coloca sobre o papel do professor/educador na questão da construção dos sentimentos/afetividade.
“A tarefa do educador é uma tarefa excepcional. Adequar os métodos pedagógicos à afetividade especifica de cada aluno é a tarefa mais delicada que todo adulto, pai, educador ou professor deve ter sempre em mente. Para isso é preciso levar em consideração à própria visão do mundo infantil que o adulto forma. É fácil se deixar levar por preconceitos educativos caducos e inúteis, incorrer a preconceitos morais e sucumbir a doutrinas religiosas, ou mesmo políticas, que em nada refletem o futuro afetivo do aluno. O aluno esta imersa em um mundo de relações objetais tão fantásticas quanto intensas, e é importante a relação das vivências infantis. É importante que o adulto possa conectar-se com suas próprias vivências da infância, para assim poder brincar com o aluno. Nessas brincadeiras vão se construindo os aprendizados”.
Refletindo sobre isso, Celso Antunes afirma que não há valor algum na “boa intenção” se ela não se transforma em um gesto. Mas se, por um lado, a ação é essencial para caracterizar o sentimento, por outro, ela não surge espontaneamente se não mostrarmos em todas as oportunidades possíveis o “certo” e o “errado”, o “bom” e o “belo”.

AUTONOMIA E COOPERAÇÃO

A autonomia e a cooperação são “hábitos” indispensáveis a serem construídos no cotidiano escolar, visto que as crianças possuem uma dependência intelectual em relação ao adulto nas tomadas de decisões, auxiliando-as a se organizarem em estruturas sociais.
         Sendo assim, devemos fazer com que a educação seja um processo pelo quais os nossos corpos vão ficando iguais às palavras que nos ensinam, ou seja, “somos o intervalo entre o meu desejo e aquilo que os desejos dos outros fizeram de mim” (Fernando Pessoa).
         Portanto as crianças precisam ser instigados à experimentação e a formulação de hipóteses para ter as suas próprias respostas.
         Definimos como uma situação de cooperação aquela em que os objetivos dos indivíduos, numa determinada situação, são de tal natureza que, para que o objetivo de um possa ser alcançado, todos os demais deverão igualmente atingir seus respectivos objetivos.
A cooperação está centrada na união e não no “uns contra os outros”. Busca a participação de todos, sem que alguém fique excluído. Por exemplo: o jogo cooperativo tem o objetivo centrado em metas coletivas e não em metas individuais. Ele tem várias características libertadoras. Todos participem para poder alcançar uma meta comum. Ele busca a integração de todos. Ele inclui e não exclui. Criar é construir e, para construir, a colaboração de todos é fundamental.
Segundo Piaget (1963) quando as relações infantis ocorrem entre iguais, a cooperação torna-se uma possibilidade real. Embora o comportamento parcialmente socializado seja evidente desde o início da linguagem falada, ele afirma que é em torno dos sete ou oito anos e com o fim do egocentrismo que ocorre o progresso sistemático da cooperação.
Conforme afirma Kamii, seguidora de Piaget, “autonomia significa ser capaz de considerar os fatores relevantes para decidir qual deve ser o melhor caminho da ação”. Para ela, a autonomia significa o individuo ser governado por si próprio.
Formar um sujeito autônomo é possível quando a autoridade adulta é diminuída e se desenvolve respeito mútuo entre adulto e criança, criança e criança, possibilitando a construção dos valores morais a partir de discussões e de ações que considerem a opinião e respeitem o grupo a que ele pertence.
A pessoa autônoma não é aquela que faz tudo o que deseja, que se governa sem se importar com as pessoas a sua volta. Pelo contrário, o sujeito autônomo sabe coordenar as regras, ideias, decisões e preferências de seu grupo social, agindo de forma harmônica. Autonomia é auto regulação. Piaget (1981), capacidade está, adquirida realmente por volta dos sete a oito anos. Até então os alunos percebem e aceitam regras como proveniente de alguma autoridade (pais, professores) chamado por Piaget de respeito unilateral. Elas não raciocinam sobre o que é certo ou errado. Para elas, o que é certo ou errado está predeterminado (pela autoridade) e não sujeito as suas próprias avaliações (de maneira autônoma). Daí a importância do adulto para auxiliá-la na organização afetiva.
Colocar a autonomia como objetivo da educação poderia conduzir a criança para transformações amplas que ultrapassariam o aprendizado de conteúdos sem significado para a vida. Haveria preocupações com a formação de um ser humano que vive, sente, ama e precisa ser amado.
Acreditamos que através de uma relação de respeito mútuo entre professor e criança, a cooperação entre iguais e respeitando  criança como sujeito construtor do seu conhecimento, podemos contribuir para a formação de indivíduos autônomos.

2.  Objetivos:


a.Propiciar diferentes situações de modo a estimular a construção dos variados sentimentos, como o respeito pelo próximo e o compartilhar dos mesmos brinquedos e espaços.
b.                    Estimular a expressão dos sentimentos e emoções através das diferentes situações de aprendizagem, a fim de conhecer o seu eu.
c.                    Apresentar sensibilidade às dificuldades do outro e buscar ajuda-los, reconhecendo as diferenças individuais.
d.                    Desenvolver o autoconhecimento, reconhecendo os seus sentimentos e suas emoções.
e.     Desenvolver práticas de assistência, cuidados e proteção, pois são necessárias para o desenvolvimento infantil e indispensável à sobrevivência saudável de qualquer ser humano;
f.      Proporcionar um ambiente rico em estímulos, a fim de que a criança possa desenvolver a sua autonomia;
g.     Iniciar o processo de construção do hábito de cooperação, centrado na união,  em um senso comum de solidariedade social, baseada na compreensão mútua.
h.     Oportunizar momentos de troca de carinho e afeto, para que a criança tenha a possibilidade de expressar-se de diferentes formas com os colegas;

3.  LINGUAGENS PRIORITÁRIAS
*      Dos cuidados, sentimentos e afeto em geral.
*      Das regras e combinados.

4.  LINGUAGENS COMPLEMENTARES
*      Linguagem das brincadeiras e jogos
*      Linguagem da alimentação
*      Linguagem do sono
*      Linguagem das regras e combinados
*      Linguagem dos cuidados e sentimentos
*      Linguagem da literatura infantil
*      Linguagem oral
*      Linguagem gestual-corporal
*      Linguagem Sonoro-musical

5.  SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM POSSIVEIS DE SEREM REALIZADAS
·         Massagens de relaxamento a fim de trabalhar o toque, a expressão corporal, sentimentos e atenção;
·         Pintura em cima da cartolina. As crianças irão dançar em cima da cartolina, descalços, ao som de uma música, a fim de desenvolver a percepção tátil, o toque, a expressão corporal, atenção e coordenação motora ampla;
·         Dançar ao som de músicas diversas, e quando a música para, abraçar o colega a fim de explorar o contato entre o grupo, afetividade, expressão corporal e atenção;
·         Confecção de bonecos. Os pais irão confeccionar bonecos, onde cada criança irá cuidar do seu, a fim de desenvolver a partição de todos, os sentimentos e emoção frente ao objeto.
·         Incentivar as crianças a alcançarem objetos aos colegas, a fim de trabalhar a atenção, percepção visual e emoções.
·         Brincadeira livre na praça, a fim de trabalhar o faz de conta, a imaginação, angústias e suas emoções.
·         Dança em pares, a fim de trabalhar a atenção, os sentimentos e afetividade.
·         Realizar conversas com intenção de valorizar o respeito para com os animais e natureza, a fim de trabalhar a afetividade, sentimentos e emoções.
·         Brincando de matar monstros e lutar imitando seus super-heróis, expressando assim seus sentimentos e emoções.
·         Teatro, mímica e reprodução, expressando assim seus sentimentos, emoções, afetividade e imaginação.
·         Dado dos sentimentos, faremos um dado e em cada face colocaremos uma imagem com algum sentimento onde imitarão e ou desenharam o que representou para a criança este sentimento.
·         Técnicas com diferentes materiais, ou seja, argila, massa de modelar, balões para que seja trabalhado o movimento das mãos, o toque, as emoções e sentimentos.
·         Trabalhar com os pais a noção de compartilhar, a fim de trabalhar a partição, a afetividade e a importância de dividir as coisas.
·         Brincadeira do ursinho de pelúcia: em um círculo passar um ursinho para que a criança faça um gesto de carinho nele e posteriormente fazer no colega os mesmos gestos para trabalhar a afetividade, sentimentos e emoções.
·         Dança da cadeira: brinca-se da mesma forma convencional, porém, ao invés de a criança sair da brincadeira quando faltar uma cadeira, ela sentará no colo de um colega onde se observará o sentimento que estes deixaram transparecer frente ao colega.
·         Integração com outras turmas, e num momento determinado farão uma situação de aprendizagem juntos.
·         Brincar de esconder com um pano, afim de instigar a curiosidade, após, mostra-se a face;
·         Ler e contar a mensagem “Talento das Cores”, estimulando a afetividade entre os alunos: se abraçarem, apertarem as mãos, darem beijos.
·         Corrida de obstáculos: haverá um caminho cheio de obstáculos para os alunos pularem, passarem abaixados, caminhando na ponta dos pés. Todos os obstáculos serão percorridos por duplas (de mãos dadas), tendo como finalidade o trabalho em equipe.
·         Contar diferentes histórias que aflorem os mais variados sentimentos, a fim de que as crianças aprendam a lidar e ou vivenciar os mais diferentes sentimentos e emoções.
·         Fazer o álbum do Eu, onde terão informações de individualidades das crianças, de modo à aprimorar o conhecimento de si mesmo, percebendo que somos todos diferente.
·         Conversa em roda sobre organização e autonomia, para que aos poucos fiquem mais autônomos e organizados com relação a si e ao seu material pessoal.





6.  AVALIAÇÃO

Concomitante ao projeto

7.  BIBLIOGRAFIA
ANTUNES, Celso. A linguagem do afeto: como ensinar virtudes e transmitir valores. Papirus, 3ª edição, 2005.
ARRIBAS, Teresa Lleixà. Educação Infantil. Desenvolvimento, currículo e organização escolar. Porto Alegre, Artmed, 5ªedição, 2004.
MORA, Estela. Psicopedagogia. Infanto-Adolescente A Infância. Ed. Grupo Cultural.
ROSSINI, Maria Augusta Sanches. Pedagogia Afetiva. Petrópolis, Ed. Vozes, 3ª edição, 2001.
VYGOTSKY, L.S. Pensamento e linguagem. 2 ed. São Paulo: Martins Fon

Projeto de Matemática


ESCOLA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL DOCE INFÂNCIA
Rua Pedro Theobaldo Breidenbach, n° 2332  Conventos - Lajeado
Telefone: 3982 1194


CLASSIFICANDO, SERIANDO, ORDENANDO E
QUANTIFICANDO,
 ASSIM EU APRENDO
MATEMÁTICA!

Se, na verdade, não estou no mundo para simplesmente a ele me adaptar,
mas para transformá-lo, se não é possível mudá-lo sem um certo sonho ou projeto de mundo,
devo usar toda possibilidade que tenha para não apenas falar de minha utopia,
 mas participar de práticas com ela coerentes.[Paulo Freire]

 


































1.  JUSTIFICATIVA E EMBASAMENTO TEÓRICO
Para mim, ensinar matemática é desenvolver o raciocínio lógico, estimular o pensamento independente, a criatividade e a capacidade de resolver problemas. Desta forma eu como educadora, devo procurar alternativas para aumentar a motivação para a aprendizagem, desenvolver a autoconfiança, a organização, concentração, atenção, raciocínio lógico-dedutivo e o senso cooperativo, estimulando a socialização e aumentando as interações do indivíduo com outras pessoas.
Como a Matemática esta presente diariamente em nossa sala, trago assim esse tema de forma lúdica com jogos, dinâmicas, brincadeiras, músicas, histórias e dramatização que foram convenientemente planejados como ferramentas pedagógicas eficazes para a construção do conhecimento lógico matemático.
Existem muitas formas de conceber e trabalhar com a matemática na Educação Infantil. A matemática está presente na arte, na música, em histórias, na forma como a criança organiza o seu pensamento, nas brincadeiras e jogos infantis. Uma criança aprende muito de matemática, sem que o adulto precise ensiná-la.
         Henri Wallon considerava que o pensamento da criança se constitui em paralelo à organização de seu esquema corporal e na criança pequena o pensamento só existe na interação de suas ações físicas com o ambiente. Segundo Wallon, “Antes do aparecimento da fala a criança se comunica com o ambiente através de uma linguagem corporal e utiliza o corpo como ferramenta para se expressar, seja qual for o nível evolutivo ou o domínio linguístico em que se encontre”.
         Algumas interpretações das pesquisas psicogenéticas concluíram que o ensino da linguagem matemática seria beneficiado por um trabalho que incidisse no desenvolvimento de estruturas do pensamento lógico matemático. Assim, consideram-se experiências-chave para o processo de desenvolvimento do raciocínio lógico e para aquisição da noção de números as ações de classificar, ordenar/seriar e comparar objetos em função de diferentes critérios. Essa prática transforma as operações lógicas e as provas piagetianas em conteúdos de ensino. A seriação tem papel fundamental na construção de conhecimento em qualquer área, não só na linguagem matemática. Quando a criança constrói conhecimento sobre a linguagem matemática, como sobre tantas outras, as operações de classificação e seriação necessariamente são exercidas e se desenvolvem, sem que haja um esforço didático especial para isso (pág. 210).
         O trabalho com noções matemáticas atende, por um lado, às necessidades das próprias crianças de construírem conhecimentos que incidam nos mais variados domínios do pensamento; por outro, corresponde a uma necessidade social de instrumentalizá-las melhor para viver, participar e compreender um mundo que exige diferentes conhecimentos e habilidades (pág. 207).
         Jean Piaget apresentou uma análise da questão entre corpo e aprendizagem e estudou amplamente as inter-relações entre a motricidade e a percepção. Segundo Piaget, “O movimento constrói um sistema de esquemas de assimilação e organiza o real a partir de estruturas espaços-temporais”. Em Piaget encontramos que as percepções e os movimentos, ao estabelecerem relação com o meio exterior, elaboram a função simbólica que gera a linguagem, e esta dá origem à representação e ao pensamento lógico matemático.
         Para que a criança chegue a contar com compreensão, é preciso que, antes, ela vivencie uma série de atividades que chamamos de pré-numéricas. Essas atividades envolvem as seguintes noções: classificação, construção de sequências, seriação e correspondência. Mas cada criança apresenta um ritmo próprio de desenvolvimento. Portanto, não se deve esperar que todas essas noções sejam compreendidas na educação infantil.
         A criança está em contato com a linguagem lógico-matemático desde o seu nascimento. Através das suas vivências vai conhecendo “... o nome dos números antes de conhecer plenamente seu sentido e muito cedo identifica as cifras que aparecem em seu ambiente”. (Arribas, 296)
        Mas a linguagem matemática não se restringe ao conhecimento do número, vários outros conceitos devem ser compreendidos, aprendidos antes de se chegar a este ponto.
A matemática é antes de tudo um modo de pensar, e este pensamento é um processo gradual que se inicia desde o nascimento.
        Segundo Piaget (apud. Dante), quando a criança se encontra no estágio pré-operacional (2 a 7 anos), ela necessita manipular objetos e observar os resultados das suas ações no objeto. Suas respostas são baseadas em impressões sensoriais, havendo uma crescente articulação intuitiva das percepções. Nesse estágio, também conhecido como estágio de representação, ela usa palavras para representar objetos ou acontecimentos ausentes; trabalha com símbolos e representações (imagem ou palavras) e não mais depende exclusivamente das sensações. Algumas estruturas mais elaboradas começam a ser elaboradas começam a ser notadas como: ordenar, classificar e fazer correspondências entre objetos, ainda não há conservação de quantidade nem reversibilidade (incapacidade de pensar numa volta ao ponto de partida).
Dentre os conceitos elencados estão, organização, os conceitos sobre coisas iguais e diferentes, classificação e criação de conjuntos, relações entre os números e o que eles representam, o tamanho das coisas, brincadeiras com as formas geométricas, ocupando um espaço e assim vivendo e descobrindo a matemática. Através de atividades concretas e significativas, coletivamente e individualmente. Acredita-se que a criança constrói suas bases matemáticas pela necessidade de resolução de problemas de seu tempo, impostos pela complexidade de situações da sociedade [...] parte de um sentido de número para uma construção abstrata deste, sendo uma construção onde o fator tempo ocupa lugar relevante. (MACIEL & BENEDETTI, 1992, pag.33 a 39). Os números representam muito mais do que uma forma de se medir ou quantificar o que existe ao nosso redor, assim, une o conceito quantificador do abstrato á sua respectiva correspondência no concreto. Sendo assim, pretendemos com este projeto, demonstrar como os números estão presentes em nossas vidas, em nosso dia-a-dia e onde podemos encontrá-los.
“As noções básicas em matemática, lógica e geometria começam ser elaboradas a partir dos 4,5 anos de idade, portanto é vital que a base seja sólida, bem construída e bem trabalhada, para que nela se assentem os conhecimentos matemáticos futuros. Mas é importante lembrar que estimular o raciocínio lógico-matemático é muito mais do que ensinar matemática – é estimular o desenvolvimento mental, é fazer pensar”. (REIS, 2006, P.9)

2.    OBJETIVO GERAL

Estimular o gosto pela matemática através de atividades lúdicas.

3.    OBJETIVOS ESPECÍFICOS

*Iniciar a aprendizagem de conceitos de longe, perto, dentro, fora, em cima, em baixo, atrás, na frente, ao lado, dentro, fora, cheio, vazio, etc.
*Estimular o uso do raciocínio lógico da criança.
*Classificar e nomear cores (azul, amarelo e vermelho, verde), formas (círculo, triângulo e Quadrado), tamanho (grande e pequeno) e quantidade (0 a 9).
*Incentivar e desenvolver o hábito de desenho, estimulando assim a fantasia da criança.
*Desenvolver a capacidade da criança de identificar diferentes objetos e movimentar-se no espaço com facilidade,
*Incentivar e permitir a fala da criança em todas as situações possíveis, ampliando seu vocabulário, utilizando músicas e histórias.
*Incentivar a memorização de pequenas músicas e gestos.
*Incentivar a fantasia e o jogo simbólico.
*Estimular a confecção de jogos com materiais de sucata.
*Estimular a independência da criança.
*Deixar que explorem ao máximo os objetos e brinquedos.
*Levar a criança a brincar com os outros do grupo.
*Desenvolver os movimentos amplos: saltar, pular, andar...
*Desenvolver os movimentos finos que envolvam as mãos.
*Incentivar a imaginação, a criatividade e a organização de ideias.
*Reproduzir sequências e seriações, ex: ordenar objetos do mais alto para o mais baixo.
*Reconhecer e discriminar numerais, desenvolver contagem de 0 a 9.

4.   SITUAÇÕES POSSÍVEIS DE SEREM REALIZADAS

·                    Roda de conversa sobre: história dos números e como os homens começaram a contar;
·                    Passeio pelo bairro para ver onde encontramos os números em nosso cotidiano (placa de carro e velocidade, calendário, relógio, número de sapato, número da casa, idade de cada um);
·                    Quantidade de crianças na sala: meninos e meninas;
·                    Cantar e assistir DVD (galinha pintadinha) dramatizando músicas com os dedinhos: Mariana conta um, 1, 2, 3 indiozinhos, um elefante incomoda muita gente.
·                    Contação de histórias envolvendo os números.
·                    Realizar cartaz com a participação de todas as crianças com as parlendas: 1, 2, feijão com arroz, a galinha do vizinho, e o poema: lá na casa da vizinha;
·                    Histórias com fantoches dos números;
·                    Confeccionar círculos de papel e no centro colar números de 0 a 9. Em seguida as crianças irão pintar grampos de roupa com tinta guache de todas as cores. Sendo que o objetivo é fazer com que cada criança associe número, quantidade e cor;
·                    Jogo da memória dos números confeccionados com potinhos de iogurte;
·                    Colocar gel de cabelo dentro de pacote fecha fácil e utilizar cotonete para realizar grafia de letras e números;
·                    Arremesso de objetos: tiro ao alvo;
·                    Confeccionar jogo de boliche com garrafas pet, onde as crianças vão realizar a pintura dos números com lápis de cor. Recortar pedacinhos de EVA coloridos e em seguida cada criança colocará dentro da sua garrafa;
·                    Pintar com tinta guache pratos de papelão para confeccionar: cartaz com a parlenda 1,2 feijão com arroz;
·                    Jogo coletivo (cores e canudos) confeccionados com garrafa pet e EVA: explorar quantidades, atenção, cores e seriação (pequenos, médios e grandes);
·                    Caixa surpresa com cones e Tnts coloridos, sendo que isso possibilitará o desenvolvimento de pinça, reconhecimento, classificação das cores e seriação dos cones (pequenos, médios e grandes);
·                    Entregar as crianças números de 0 a 9, onde iremos ajudá-los colocar em sequência, sendo que depois cada criança irá fazer bolinhas de massa de modelar ou brita, colocando a quantidade referente ao número em ordem de baixo para cima;
·                    Quebra-cabeça dos números;
·                    Utilizar bandejas de ovos e com caneta permanente escrever os números de 0 a 9,  confeccionar apliques de EVA, ou peças de jogo, onde a criança deverá colocar a quantidade exata de números correspondentes.
·                    Leitura de histórias e textos variados, utilização de multimídias, aplicação de dinâmicas e brincadeiras, atividades com sons e musicalização, aplicação de jogos, conversas na rodinha.
·                    Colar em uma folha sulfite uma figura de revista da qual falte uma parte, como, por exemplo, metade de um relógio, a cabeça ou meio corpo de uma pessoa, etc. A criança deverá completar a figura, desenhando. Uma variação para essa atividade é colar uma figura completa na folha sulfite, imaginar um cenário relativo àquela figura e desenhá-lo.
·                    Derrube a pilha: Empilhar objetos diversos, como latas e caixas, variando a quantidade e a altura. Combina-se previamente quantas jogadas com a bola cada aluno cada aluno poderá fazer para derrubar a pilha com a bola. Usar objetos em questão para fazer a torre mais alta possível.
·                    Não pode cair: Os próprios alunos poderão encher suas bexigas, e deverão estar em um lugar amplo que facilite a movimentação. A um sinal do professor, as crianças deverão bater com a mão na bexiga tentando mantê-la no ar o maior tempo possível sem que esta toque o solo. Em um segundo momento, o professor poderá variar os comandos, como: bater a bexiga bem alto, a bexiga voará baixo ficando perto de sua mão etc.
·                    Formar um “trem” usando formas geométricas que se repetem, como nestes exemplos com blocos lógicos: um quadrado pequeno azul, dois retângulos grandes vermelhos, um triângulo pequeno amarelo, um quadrado azul, dois retângulos grandes vermelhos...
·                    Pular o rio: duas cordas, paralelas uma à outra, formam um rio que será pulado e alargado progressivamente.
·                    Quantificar por estimativa: reunir alguns objetos em cima de uma mesa ou dentro de um pote transparente e tentar adivinhar quantos objetos há. Conferir o resultado por meio de contagem.
·                    Desenhar uma figura geométrica na cartolina e colar areia em seu contorno, deixando secar bem. De olhos fechados, a criança passará o dedo, sentindo o contorno da forma.
·                    Amarrar um barbante no bico da bexiga e segurar na ponta. Dar um puxão e bater repetidas vezes na bexiga, executando um movimento de vaivém.
·                    Utilizar jogos e brincadeiras matemáticas para desenvolver habilidades que envolvam o raciocínio lógico através do lúdico.



       

5.  AVALIAÇÃO
A avaliação aconteceu individualmente e em grupo, levando em conta o interesse, a participação, atenção, concentração e o envolvimento de cada criança referente ao projeto desenvolvido, registrando suas descobertas, relações e manifestações, suas dificuldades e expressões relacionadas ao seu desenvolvimento.